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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Autocrítica Negativa

       A capacidade de avaliarmos o nosso comportamento é uma ótima ferramenta para nos desenvolvermos e igualmente para nos tornarmos mais assertivos. Mas quando o resultado dessas autoavaliações se viram contra nós mesmos, quando isso passa a sabotar quem somos, quando mina os nossos sonhos e aquilo a que nos propomos, perde o seu valor adaptativo e prejudica-nos. A autocrítica negativa pode estar enraizada em problemas emocionais plantados em acontecimentos que nos frustraram, em traumas, em medos, em angústias e, até mesmo nas expectativas do futuro. Essa crítica interna negativa que transporta uma elevada carga emocional, pode fazer alguns danos sérios.

No entanto, se conseguirmos deixar de perpetuar essa autocrítica negativa e olhá-la como um tipo de informação que nos alerta acerca de alguns problemas que necessitam de ser resolvidos ou melhorados em algumas áreas da nossa vida, podemos conseguir sair beneficiados. É como uma chamada de atenção (um sistema de proteção) que se traduz numa crítica direta a nós mesmos. Só que o resultado final, por vezes, transforma-se numa punição por não estarmos a corresponder às nossas próprias expectativas.
Importa tentar perceber qual o conteúdo da informação que esse tipo de autocrítica expressa, e de que forma se revela. Os investigadores e psicoterapeutas Bonnie Weiss, LCSW e Jay Earley, identificaram sete tipos de autocrítica. A maioria de nós realmente apresenta várias expressões dessa autocrítica que aparentemente nos tenta proteger, mas que, na maioria das vezes nos prejudica a vida.
Apresento sete tipos de expressões autocríticas que podem estar a prejudicar a sua vida: 

PERFECCIONISMO

Você é impelido a fazer as coisas de forma perfeita. Você vai construindo elevados padrões de comportamento, desempenho e produção. Torna-se rígido consigo e com os outros, querendo sempre que tudo se realize na perfeição. Desenvolve um pensamento de tudo ou nada. Quando alguma das coisas que faz não está de acordo com os seus padrões de realização, interpreta como um fracasso e critica-se duramente.
Na base desta autocrítica negativa acerca de alguns dos seus desempenhos, pode estar uma educação demasiado rígida, em que não eram admitidas falhas, fracassos e erros. Provavelmente você pode ter sido tremendamente criticado acerca das suas realizações. E com isso poderá ter construído a ideia que só seria uma pessoa de valor se fizesse tudo na perfeição.

HIPERESFORÇADO NAS TAREFAS


Você construiu a ideia de ter de trabalhar duro ou ser muito disciplinado, a fim de ser bem sucedido ou para evitar ser medíocre. Na sua base este conceito até pode ser considerado de enorme valor. Tudo depende de como você é ou não é capaz de relativizá-lo. Por vezes, o resultado desta forma de pensar acerca da realização das suas tarefas, pode conduzi-lo ao sentimento de inferioridade. Ou seja, se você tem de se esforçar muito mais que os outros e mesmos assim por vezes fica aquém deles, é porque você é pior que os outros. Ser-se esforçado é algo que deveremos valorizar, mas não necessariamente se isso equivale a sermos inferiores aos outros.

 


AUTOSABOTAGEM

Você pode sabotar a sua autoconfiança e autoestima para evitar correr riscos, ou para não ser alvo da falha ou do fracasso. Você também poderá ter medo do sucesso ou de vir a conquistar algum poder, por não saber lidar com isso ou por temer os problemas associados.

AUTOCONTROLADOR

Tenta controlar o seu comportamento impulsivo que pode não ser bom para você ou para as outras pessoas, ou pode até ser perigoso. Numa primeira análise, caso você tenha impulsos que possam ser considerados prejudiciais, a estratégia de autocontrolar-se pode parecer eficaz. O problema surge sempre que você não é capaz e com isso critica-se duramente, criando feridas emocionais a você mesmo. O autocontrolo e autovigilância pode criar a ideia de que você é alguém perigoso, desadequado ou explosivo. Uma estratégia mais saudável é resolver o problema na raiz, aprendendo formas mais adequadas de agir perante os seus gatilhos emocionais.

PROMOTOR DA AUTOCULPABILIZAÇÃO


Volta-se contra si mesmo com base em alguma ação específica que tomou ou não tomou no passado, ou pela repetição do comportamento que tem sido prejudicial para os outros ou que viole um valor profundamente enraizado. O sentimento de culpa sem uma estratégia para diminuir ou eliminar a probabilidade de algo idêntico voltar a acontecer é contraproducente.

MODELAGEM

Você segue um modelo de referência, provavelmente incutido pela educação, familiares, sociedade, cultura. Nada disto seria prejudicial se não fizesse com que você em determinadas situações da sua vida verbalizasse: “Eu deveria ser assim” ou ” Eu não poderia ter tomado esta decisão” ou “Eu tenho de conseguir ou então não tenho valor ” ou “Se penso desta forma é porque…”
Os medos que emergem da modelagem tentam evitar que o seu espírito livre se comporte de uma forma supostamente inaceitável. Esses medos impedem que você expresse o seu verdadeiro eu, objetivos e desejos, castrando a sua individualidade e forma de olhar o mundo.

AUTODESTRUIDOR



Você ataca a sua autoestima, ataca o seu valor pessoal, eventualmente minimiza as suas competências e habilidades. Envergonha-se profundamente. Acredita que não deveria existir. Certamente essa noção está enraizada numa crença irrealista acerca de você mesmo. Questione-se acerca do que poderá ter contribuído para você pensar dessa forma. E se esse tipo de pensamentos o tem ajudado a sentir-se melhor, ou se pelo contrário o tem vindo a prejudicar.

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Fonte: escolapsicologia.com

Atitude, Preconceito e Estereótipo

Para compreender o que é o preconceito, convém entender primeiro o conceito de atitude baseado nos estudos da Psicologia Social.

ATITUDE é um sistema relativamente estável de organização de experiências e comportamentos relacionados com um objeto ou evento particular.

Para cada atitude há um conceito racional e cognitivo – crenças e ideias, valores afetivos associados de sentimentos e emoções que, por sua vez, levam a uma série de tendências comportamentais: predisposições.

Portanto, toda atitude é composta por três componentes: um cognitivo, um afetivo e um comportamental: 
  • a cognição – o termo atitude é sempre empregado com referência à um objeto. Toma-se uma atitude em relação a que? Este objeto pode ser uma abstração, uma pessoa, um grupo ou uma instituição social.
  • o afeto – é um valor que pode gerar sentimentos positivos, que, por sua vez, gera uma atitude positiva; ou gerar sentimentos negativos que pode gerar atitudes negativas.
  • o comportamento – a predisposição : sentimentos positivos levam à aproximação; e negativos, ao esquivamento ou escape.
         Dessa forma, entende-se o PRECONCEITO como uma atitude negativa que um indivíduo está predisposto a sentir, pensar, e conduzir-se em relação a determinado grupo de uma forma negativa previsível.

CARACTERÍSTICAS DO PRECONCEITO:

É um fenômeno histórico e difuso;
A sua intensidade leva a uma justificativa e legitimização de seus atos;
Há grande sentimento de impotência ao se tentar mudar alguém com forte preconceito.
Vemos nos outros e raramente em nós mesmos.
EU SOU EXCÊNTRICO, VOCÊ É LOUCO!

Eu sou brilhante; você é tagarela; ele é bêbado.
Eu sou bonito; você tem boas feições; ela não tem boa aparência.
Eu sou exigente; você é nervoso; ele é uma velha.
Eu reconsiderei; você mudou de opinião; ele voltou atrás na palavra dada.
Eu tenho em volta de mim algo de sutil, misterioso, de fragrância do oriente; você exagerou no perfume e ele cheira mal.


CAUSAS DO PRECONCEITO:
Assim como as atitudes em geral, o preconceito tem três componentes: crenças; sentimentos e tendências comportamentais. Crenças preconceituosas são sempre estereótipos negativos.


          Segundo Allport (1954) o preconceito é o resultado das frustrações das pessoas, que, em determinadas circunstâncias, podem se transformar em raiva e hostilidade. As pessoas que se sentem exploradas e oprimidas frequentemente não podem manifestar sua raiva contra um alvo identificável ou adequado; assim, deslocam sua hostilidade para aqueles que estão ainda mais “baixo”na escala social. O resultado é o preconceito e a discriminação.
        Já para Adorno (1950), a fonte do preconceito é uma personalidade autoritária ou intolerante. Pessoas autoritárias tendem a ser rigidamente convencionais. Partidárias do seguimento às normas e do respeito à tradição, elas são hostis com aqueles que desafiam as regras sociais. Respeitam a autoridade e submetem-se a ela, bem como se preocupam com o poder da resistência. Ao olhar para o mundo através de uma lente de categorias rígidas, elas não acreditam na natureza humana, temendo e rejeitando todos os grupos sociais aos quais não pertencem, assim, como suspeitam deles. O preconceito é uma manifestação de sua desconfiança e suspeita.

       Há também fontes cognitivas de preconceito. Os seres humanos são “avarentos cognitivos” que tentam simplificar e organizar seu pensamento social o máximo possível. A simplificação exagerada leva a pensamentos equivocados, estereotipados, preconceito e discriminação.

            Além disso, o preconceito e a discriminação podem ter suas origens nas tentativas que as pessoas fazem para se conformar(conformidade social). Se nos relacionamos com pessoas que expressam preconceitos, é mais provável que as aceitemos do que resistamos a elas. As pressões para a conformidade social ajudam a explicar porque as crianças absorvem de maneira rápida os preconceitos e seus pais e colegas muito antes de formar suas próprias crenças e opiniões com base na experiência. A pressão dos colegas muitas vezes torna “legal” ou aceitável a expressão de determinadas visões tendenciosas – em vez de mostrar tolerância aos membros de outros grupos sociais.

REDUÇÃO DO PRECONCEITO: 

           A convivência, através de uma atitude comunitária é, talvez, a forma mais adequada de se reduzir o preconceito.

COMO FUNCIONA O ESTEREÓTIPO:

            É um conjunto de características presumidamente partilhadas por todos os membros de uma categoria social. É um esquema simplista mas mantido de maneira muito intensa e que não se baseia necessariamente em muita experiência direta. Pode envolver praticamente qualquer aspecto distintivo de uma pessoa – idade, raça, sexo, profissão, local de residência ou grupo ao qual é associada.

           Quando nossa primeira impressão sobre uma pessoa é orientada por um estereótipo, tendemos a deduzir coisas sobre a pessoa de maneira seletiva ou imprecisa, perpetuando, assim, nosso estereótipo inicial.

RACISMO:

            É a crença na inferioridade nata dos membros de determinados grupos étnicos e raciais. Os racistas acreditam que a inteligência, a engenhosidade, a moralidade e outros traços valorizados são determinados biologicamente e, portanto, não podem ser mudados. O racismo leva ao pensamento ou/ou:ou você é um de nós ou é um deles.


Conhecimento é poder !
          Faça do seu conhecimento sua fonte de evolução. Deixe de lado seus preconceitos, repense seus estereótipos e mude suas atitudes.

________________________________________________________________________________ Por Regina Célia de Souza

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

McDavid, John e Harari, Herbert. Psicologia e comportamento social. Ed. Interciência. RJ. 1974.

Morris, Charles G. e Maisto, Albert A. . Introdução à Psicologia. Ed. Pearson e Prentice Hall. SP. 2004.
ATENÇÃO: LEIA AS REPORTAGENS A SEGUIR E FAÇA UMA REFLEXÃO CONSIDERANDO OS CONCEITOS DE ESTEREÓTIPO E PRECONCEITO.
Fonte: http://www.brasilescola.com/psicologia/atitude-preconceito-estereotipo.htm (adaptado)

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Psicologia: a Profissão.


          É o estudo dos fenômenos psíquicos e do comportamento do ser humano por intermédio da análise de suas emoções, suas ideias e seus valores. O psicólogo diagnostica, previne e trata doenças mentais, distúrbios emocionais e de personalidade. Ele observa e analisa as atitudes, os sentimentos e os mecanismos mentais do paciente e procura ajudá-lo a identificar as causas dos problemas e a rever comportamentos inadequados. Esse profissional atua em consultórios, em hospitais e nas mais variadas instituições de saúde, contribuindo, do ponto de vista psicológico, para a recuperação da saúde das pessoas. Em escolas e instituições, colabora na orientação educacional. É necessário registrar-se no Conselho Regional de Psicologia para exercer a profissão (o que acontece, normalmente, logo após o término do curso). O licenciado atua, em geral, no desenvolvimento de metodologias pedagógicas com os professores dos ensinos básico e médio, cursos profissionalizantes e técnicos. Pode trabalhar também na elaboração de estratégias psicossociais para ONGs, abrigos comunitários e centros socioeducativos.  


Licenciatura como Complemento
         Uma resolução do MEC de 2011 determinou que a licenciatura em Psicologia deve ser oferecida apenas como complemento ao bacharelado. Ou seja, aqueles que quiserem obter essa titulação deverão fazer, pelo menos, mais 800 horas de licenciatura, após cursar obrigatoriamente o bacharelado. No entanto, duas escolas ainda oferecem a licenciatura de forma independente: a UCL-RJ e a UFG, em Catalão (GO).

Mercado de Trabalho

       Por uma resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os planos de saúde devem subir de 24 para 40 o número de sessões com psicólogos que recebem cobertura. Há também um aumento da procura pelo profissional na saúde pública. “Editais são abertos para preenchimento de vagas por meio de concursos públicos”, diz Regina Aiko Fukunaga Kato, coordenadora do curso da PUC-SP. A psicologia jurídica também cresce, bem como a contratação do profissional para atuar em departamentos de recursos humanos das empresas e em equipes multidisciplinares de hospitais. Há ainda oportunidades em escolas, creches e ONGs, onde o psicólogo lida com crianças que apresentam problemas de aprendizagem e na interação com pais e professores. Ele pode, ainda, participar da elaboração de currículos, desenvolver e aplicar atividades para desenvolver a psicomotricidade e dar orientação profissional a vestibulandos. Outros campos de trabalho se abrem na consultoria para clubes de esporte. Sul e Sudeste concentram as melhores vagas, mas há opções em todas as regiões do país. 

Salário inicial: RS 110,76 por consulta empresarial); R$ 128,30 por avaliação psicológica e atendimento psicoterapêutico (fonte: Sindicato dos Psicólogos de São Paulo).

Salário mínimo inicial (média): R$1.500,00

O Curso

          O curso aborda as diversas correntes da psicologia e introduz o aluno em várias áreas, como psicologia clínica, social, escolar e organizacional. Há disciplinas obrigatórias, como neurologia, antropologia, teoria psicanalítica e psicologia do desenvolvimento, e optativas, como psicologia do excepcional e problemas de aprendizagem. Algumas instituições possibilitam aos alunos realizar atendimentos à comunidade em diversas áreas, como clínica e orientação profissional.

Duração média: 5 Anos.
Outro nome: saúde (psic.).

O que você pode fazer enquanto profissional de psicologia

  • Comportamento do consumidor

Estudar o comportamento de determinado grupo de consumidores, para orientar o marketing de empresas privadas e agências de publicidade.

  • Neuropsicologia

Atua no diagnóstico, no acompanhamento, no tratamento e na pesquisa da cognição, das emoções, da personalidade e do comportamento sob o enfoque da relação entre esses aspectos e o funcionamento cerebral.

  • Orientação profissional

Orientar estudantes na escolha do curso e da profissão a seguir.

  • Psicologia clínica

Atender pessoas que sofram de problemas emocionais. Essas intervenções podem ser individuais, em grupos, sociais ou institucionais.

  • Psicologia esportiva

Orientar atletas e prepará-los emocionalmente para atividades esportivas e competições. Maximizar o seu rendimento e promover a harmonia entre os membros de equipes e times.

  • Psicologia educacional

Ajudar pais, professores e alunos a solucionar problemas de aprendizagem. Colaborar na elaboração de programas educacionais em creches e escolas.

  • Psicomotricidade

Utilizar-se de recursos para o desenvolvimento, a prevenção e a reabilitação do ser humano, nas áreas de educação, reeducação e terapia psicomotora. Participar de planejamento, implementação e avaliação de atividades clínicas e elaborar parecer psicomotor em clínicas de reabilitação e nos serviços de assistência escolar, hospitalar, esportiva, clínica etc.

  • Psicologia do trânsito

Tratar problemas relacionados ao trânsito, realizar avaliação psicológica em condutores e futuros motoristas e desenvolver ações socioeducativas com pedestres e condutores infratores, entre outros.

  • Psicologia social

Atuar em penitenciárias, asilos e centros de atendimento a crianças e adolescentes. Elaborar programas e pesquisas sobre a saúde mental da população.

  • Psicologia organizacional e do trabalho

Selecionar funcionários para empresas. Treinar e formar pessoal especialista em recursos humanos. Promover relações sociais saudáveis entre os trabalhadores. Orientar carreiras e colaborar em programas de reestruturação do trabalho.

  • Psicologia jurídica

Acompanhar processos de adoção, violência contra menores e guarda de filhos. Atuar em presídios, fazendo a avaliação psicológica de detentos.

  • Psicologia hospitalar

Atender pacientes hospitalizados e seus familiares.

  • Psicologia da saúde

Ao lado de outros profissionais da saúde, como médicos e assistentes sociais, colaborar na assistência à saúde, fortalecendo pacientes e familiares para a recuperação da saúde física e mental.

       Enquanto estudante de psicologia, diria que podemos atuar em todas estas áreas, mas a faculdade nos possibilita aprender o essencial (generalizando), mas quem tem a ideia de atuar em uma área específica deve buscar aperfeiçoar-se através de cursos, especializações. Escolha um ramo da psicologia e seja excelente profissional, não escolha vários e seja bom. E da maneira que o mercado está...

Quer saber se Psicologia é a sua vocação?

      O mais adequado é buscar um profissional de psicologia já graduado, para que o mesmo realize um processo de orientação vocacional. Este último não se equipara aos testes encontrados na internet. A orientação vocacional consiste de 4 a 6 encontros (sessões), onde será feita a anamnese do sujeito, aplicar-se-á testes para averiguar as aptidões e demais dados, para que no último encontro seja possível ter em média 3 cursos que se encaixam com seu perfil.

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domingo, 20 de abril de 2014

O Diagnóstico e o Impacto

Criticamos a sociedade, o sistema, as pessoas, o que está “normal” e o que “não está normal”. Mas talvez, nunca paremos para refletir no quanto nossas palavras marcam o desenvolvimento e porque não, a história das pessoas que recebem diagnósticos psiquiátricos.

         A psicologia, ao mesmo tempo em que está intrinsecamente ligada à fisiologia e a medicina, deve estar um tanto distante, neste sentindo. Em medicina, ao darmos um diagnóstico de câncer ao paciente, percebe-se uma comoção em sua família, este recebe visita de amigos e familiares. Recebe-se afeto. A rede social o ajuda.
        
         Mas em psicologia ou psiquiatria, quando damos a um indivíduo o diagnóstico de esquizofrenia, por exemplo? Percebemos que se volta à idade média, onde possuir a sintomatologia deste transtorno tinha origens na demonologia. O indivíduo é excluído de sua própria família, internado em um hospital psiquiátrico, raramente recebe visita de amigos ou familiares. O indivíduo é taxado como “um esquizofrênico”. Sua autoestima é colocada lá em baixo e este, já debilitado emocionalmente por conta de seu sofrimento psíquico, sofre ainda mais por esta falta de apoio, esta exclusão.

         Sou um estudante de psicologia neste momento, mas percebo o quanto o sofrimento mental é banalizado. Raramente ouço alguém falar que “está com depressão”, e sim, “sou depressivo”. Acredito, que muito além de classificar os sintomas de um paciente num quadro clínico, através de um manual, a maneira de se informar um diagnóstico é um dos pontos-chave em nossa profissão - assim como na psiquiatria -, para a evolução esperada de um tratamento.

          Em psicologia, estamos paulatinamente avançando para uma era mais humanista. Não deixamos de lado os tais códigos que denominam os transtornos psiquiátricos, ainda baseamo-nos em manuais diagnósticos. Mas estamos tornando-nos menos empáticos em relação ao “rótulo-diagnóstico” que se colocava uniformemente, há poucos anos atrás, sem se preocupar com o impacto na vida de cada indivíduo que buscava saber o que o fazia estar em sofrimento.

           Diagnosticar de forma que o indivíduo passe a achar que aquele sofrimento “é ele” e, desta forma, mesmo que indiretamente, fazer com que o mesmo denomine-se “eu sou depressivo”. Retira suas esperanças, deixa-os com uma angústia profunda e recorrente de que o sofrimento é ele, e que só com a morte terá fim.

          Aos estudantes de psicologia, que dentro de seu curso acadêmico nunca tocaram neste assunto, espero que este texto os faça refletir. Aos já graduados, psicólogos ou psiquiatras, que fazem uso do diagnóstico, um rótulo, àqueles que os buscam, repensem seus conceitos e sensibilizem-se com os mesmos.


Não tratamos órgãos, tratamos seres humanos.