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Busca por um assunto específico? Dê uma olhadinha ao lado !

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sexta-feira, 9 de maio de 2014

"A felicidade perderia seu significado se não..."


"A felicidade perderia seu significado se não fosse equilibrada pela tristeza".

- Carl Gustav Jung

Realmente são os dias de chuva que fazem os dias de sol valerem a pena !

quinta-feira, 8 de maio de 2014

"Se os governos, as religiões e os sistemas fossem coerentes..."


"Se os governos, as religiões e os sistemas fossem coerentes com o futuro das espécies, nossos problemas estariam resolvidos"

- B. F. Skinner.

Melhore seu autocontrole com algumas dicas !

A sua mente vagueia num mar de preocupações? Então, preste atenção. Sim, literalmente prestar atenção intencional no momento presente é um excelente exercício para melhorar o autocontrole. Momento a momento os fluxos de pensamentos e sentimentos, sensações e desejos, e processos conscientes e inconscientes vão esculpindo o nosso sistema nervoso, como a água gradualmente esculpe sulcos numa encosta. O nosso cérebro está continuamente mudando a sua própria estrutura. A única questão é: Para melhor ou para pior? Em particular, por causa do que é chamado de “neuroplasticidade,” aquilo em que você foca a sua atenção tem um poder especial para mudar o seu cérebro. Atenção é como uma combinação de holofotes e aspirador de pó: A atenção ilumina tudo aquilo em que você se focaliza e depois suga tudo para o seu cérebro.

AUTORREGULAÇÃO DA ATENÇÃO

Regular a sua atenção, ser capaz de mantê-la onde você pretende que ela fique, e ser capaz de colocá-la para longe do que é incômodo ou inútil (como um ciclo interminável de preocupações ansiosas, ruminação mental ou autocrítica negativa), é a base da mudança do seu cérebro, e portanto, efetiva-se como um processo para mudar a sua vida para melhor.
Para obter um melhor controle de atenção, para tornarmo-nos mais conscientes e mais capazes de concentrarmo-nos, precisamos superar alguns desafios. Para sobreviver, os nossos ancestrais evoluíram aprendendo a monitorar continuamente o ambiente ao seu redor para usufruírem de oportunidades e evitarem as ameaças. Por exemplo, experiências perturbadoras (aquelas especialmente traumáticas) treinam o cérebro para ser vigilante, para prestar atenção, procurando tudo o que possa parecer ameaçador. E a cultura moderna fez-nos acostumar a um constante processamento de estímulos, por isso nada menos que sensações como, simplesmente respirar, podem parecer-nos insuficientes, chatas ou frustrantes. Ainda que prestar atenção ao que nos pode magoar, prejudicar ou confirmar-se como obstáculos possa ser benéfico, quando exacerbado e levado ao extremo, certamente perde o seu valor adaptativo e torna-se num problema.
Para superar estes desafios, é útil cultivar alguns fatores neuronais da atenção: Colocando conscientemente a atenção onde nos parece ser útil. Como?

Você pode usar um ou mais dos sete exercícios abaixo no início de qualquer focalização deliberada da atenção, mantendo a mente num estímulo neutro, como a respiração, a contemplação ou a meditação, para em seguida colocá-las em segundo plano enquanto muda o seu foco para qualquer atividade que pretenda realizar. Você também pode recorrer a um ou mais exercícios durante a sua atividade escolhida, se sua atenção for perturbada ou perdida. Os exercícios listados podem ser praticados na sequência que mais sentido fizer para você e não necessariamente na que apresento.
1. Defina a intenção de manter a sua atenção em algo, ficando atento. Você pode fazer isso intencionalmente mantendo a sua atenção numa parte do corpo ou em alguma sensação em particular, ou fazê-lo de forma mais plena e contemplativa, observando o máximo de sensações corporais ou ficando ciente do máximo de estímulos que o seu corpo lhe permite experimentar, num determinado momento. Por exemplo, sons à sua volta, pontos de tensão no corpo, a deslocação do vento no rosto, a pressão dos maxilares, o franzir da testa, o peso do corpo ao caminhar, entre outros. Comece por focar a sua atenção em apenas um estímulo, observe e experimente essas sensações e imagens. Em seguida, sem perder o foco no primeiro, acrescente outro estímulo. Adicione tantos estímulos quantos conseguir, sem perder o foco nos anteriores. Em seguida, de entre todos os estímulos, escolha um ou dois em que quer sentir ou experimentar de forma mais aprofundada. Neste última parte do exercício você treina a sua atenção plena, percebendo, que é você que decide de entre todos os estímulos presentes qual opta por observar mais detalhadamente.

2. Relaxe. Por exemplo, faça várias expirações, levando o dobro do tempo a deitar o ar para fora, comparativamente ao tempo que leva a inspirar. Isso estimula o relaxamento e a libertação da tensão, ativando a parte do sistema  nervoso que lhe permite ficar mais tranquilo (sistema nervoso parassimpático).

3. Sem despender muito esforço, pense em coisas que o ajudam a sentir-se bem, por exemplo, alguém para quem você é importante, um relacionamento ou grupo em que é apreciado, ou até mesmo valorizado e amado. Tudo bem se a relação não é perfeita, ou se você traz à mente pessoas do passado. Você também pode ter uma noção da sua própria boa vontade para os outros, a sua própria compaixão, bondade e amor. Relembrando-se da sua ligação aos outros, ajuda-o a sentir-se conectado e valorizado, trazendo gratificação para o momento presente. Este exercício suporta os dois seguintes.

4. Pense em coisas que possam ajudá-lo a sentir-se mais seguro. Portanto, escolha colocar a sua atenção em atividades tranquilizantes, em vez de ativar a sua atenção vigilante. Perceba que você está num ambiente relativamente seguro, munido de recursos que permitem que seja capaz de lidar com o que a vida lhe apresenta. Deixe de lado qualquer ansiedade irracional, qualquer vigilância desnecessária ou preocupação excessiva.

5. Gentilmente encoraje alguns sentimentos positivos, mesmo que leves ou sutis. Por exemplo, pense em algo pelo qual se sinta satisfeito ou grato. Por exemplo, ter amigos ou filhos, ter terminado o liceu ou a licenciatura, ter boa saúde ou pessoas que cuidam de você, ter casa ou forma de se abrigar, ou simplesmente estar vivo. Abra a sua mente para o sentimento geral de bem-estar que pode, contudo, conter algumas perdas, lutas ou dor emocional. A sensação de prazer ou recompensa de emoções positivas aumentam alguns químicos circulante no sangue, como a dopamina, que promove a sensação de bem-estar, satisfação e tranquilidade, fechando os canais neuronais para quaisquer distrações invasivas.

6. Ter uma noção do corpo como um todo, as muitas sensações, emoções e memórias que aparecem juntas a cada momento no espaço ilimitado da consciência. Este sentir alargado de múltiplas coisas, (em que você pode usar a experiência do exercício 1) em que o todo é maior que a soma das suas parte (gestalt), percebidas dentro de uma perspectiva ampla e panorâmica, ativa as redes neuronais responsáveis pela atenção sustentada. E desativa as redes neuronais do cérebro que usamos quando estamos perdidos em pensamentos perturbadores. Por exemplo, relembre-se de uma perda sem perder a noção do valor que você tem para alguém querido. Relembre-se de algo em que teve de gastar muito dinheiro indevidamente, mas igualmente de todo o dinheiro que já foi capaz de ganhar. Foque a sua atenção num ponto de tensão ou dor física, mas igualmente na sua capacidade de relaxar ou gerar boas sensações vindas dos cinco sentidos.

7. Durante alguns minutos reviva mentalmente as experiências positivas escolhidas ou lições que você aprendeu ou está aprendendo. É importante criar o hábito de relembrar acontecimentos positivos, e conscientemente perceber o impacto que isso tem no seu corpo e consequentemente no seu bem-estar geral. Uma vez que os “neurônios que disparam juntos, ligam-se juntos” você reforça assim os mecanismos da atenção ligados à positividade e sensações corporais agradáveis e relaxantes.
Exercitar a atenção colocando o seu foco intencionalmente em estímulos prazerosos, sejam eles presentes ao seu redor ou imaginados, permite que você vá desenvolvendo a capacidade de controlar a sua capacidade atencional. Este processo pode ser vantajoso sempre que você está focado obsessivamente em algo que o perturba, prejudica ou consome a sua concentração. Na presença de interferências, ruminações ou preocupações irracionais ou excessivas, uma vez treinada a capacidade atencional, você conseguirá orientá-la por ação do seu querer, colocando-a onde importa que ela esteja.

Arquivo Síntese - Psicologia Ciência e Profissão


      Uma breve síntese da Psicologia Como Ciência e Profissão.
Linhas teóricas, abordagens, principais aspectos.

Esta síntese foi elaborada no início de meu curso, momento em que as mesmas tinham o objetivo de fazer-me compreender o conteúdo sem perder a essência, e logo não dava grande atenção à formatação do próprio documento. Desta forma, peço desculpas desde este momento por eventuais erros encontrados.

Segue link para download:
http://pt.scribd.com/doc/222882467/Sintese-PCP

Para download, clique em "Descarregar".

Esta síntese não abrange todos os aspectos atuais, mas que estão bem estruturados hoje.

Em breve buscarei postar novas sínteses para auxiliar os graduandos em Psicologia, assim como será de grande valia críticas construtivas, sugestões e novas ideias.

Espero ter ajudado !

Compromisso social da Psicologia

Os Conselhos de Psicologia mantém com as questões da formação uma relação importante. O projeto para a profissão que vai sendo construído pelo coletivo da categoria precisa encontrar respaldo e espaço para se desenvolver nos cursos de formação.


Novo projeto para a profissão no Brasil:


  •  Contribuições para a Formação





       Os Conselhos de Psicologia mantém com as questões da formação uma relação importante. O projeto para a profissão que vai sendo construído pelo coletivo da categoria precisa encontrar respaldo e espaço para se desenvolver nos cursos de formação.
    Esse projeto ao qual me refiro possui vários aspectos e me cabe, aqui, apresentá-lo a partir de sua meta: O compromisso social da psicologia com as questões sociais brasileiras.
   Quais as questões sociais mais urgentes e importantes; como a profissão deve se relacionar com elas para então chegarmos a uma formação que permita colocar no mercado, profissionais que trabalharão para a solução dos problemas.
     Vivemos em um país de Terceiro Mundo, situado em um continente de Terceiro Mundo. O capitalismo é nosso modo de produzir sobrevivências e de produzirmos nossas relações sociais. O neoliberalismo é nossa nova marca no mundo globalizado. As características são perversas: desigualdade social como decorrência estrutural do modo de produção. O capitalismo gera, por sua natureza, a desigualdade. Soma-se então a globalização, como imposição de um padrão de consumo universalizado; a redução da presença do Estado na sociedade, gerando uma redução do espaço público e da possibilidade real dos sujeitos serem considerados iguais e fraternos. O discurso da liberdade encobre o retrocesso. As condições de trabalho se precarizam e muitas pessoas passam a estar excluídas da esfera produtiva. Ausência de qualificação, desemprego, incerteza do futuro...pauperismo. As políticas sociais foram reduzidas ao longo dos últimos 30 anos. O Estado recua no seu papel de assistir à população pobre e entrega esta tarefa às chamadas Organizações Não Governamentais – as ONGs, que cheias de boas intenções auxiliam na construção do inferno social. As políticas sociais desenvolvidas desta forma ajudam a integrar os necessitados, mas também e muitas vezes, contribuem na estigmatização, na produção de subjetividades humilhadas e submissas.
     O Estado tem perdido sua capacidade regulatória e se torna presa fácil da violência privada. A proteção de direitos sociais se torna custo. As classes dominantes se constituem a partir de uma subjetividade antipública e desistem do projeto de integrar as camadas pobres, que ficam excluídas da produção e da cidadania.
    Nossas relações sociais de convivência são atingidas: sentimentos de hostilidade, desconfiança, irritação e medo caracterizam nossas relações e as camadas dominantes ao se aperceberem destes sentimentos criam aparatos repressivos e de segurança. O espaço público se esvazia e a segregação nos atinge. Alguns espaços urbanos passam a ser ocupados exclusivamente pordeterminados grupos sociais. Há uma verdadeira ruptura dos vínculos sociais que não nos permite nos percebermos em um mesmo país. Religiões e culturas distintas vão se construindo.
     Cidadãos? Apenas alguns. A maioria é excluída desta condição. Isso significa que alguns não farão parte da construção e das decisões políticas do país. Não construirão as condições de vida a que estarão submetidas; não construirão soluções para as suas necessidades; serão usuários dos serviços, das decisões, dos restos...
     Muitas pessoas nesta sociedade estão abaixo da linha da pobreza; muitos são muito pobres e quase todos são pobres. As estatísticas da desigualdade são assustadoras: segundo o Atlas da Exclusão organizado por Marcio Pochmann e Ricardo Amorim, a renda dos 10% mais ricos corresponde a 45% do PIB nacional. A situação piora se incluímos nesse cálculo dados sobre o patrimônio, quando o percentual chega a 75,4% da riqueza total brasileira na mão de 10% da população. O pior talvez seja imaginarmos pelo inverso: 24,6% da riqueza brasileira estão distribuídas entre 90% da população. O Brasil entre 80 e 90 registrou um aumento do número de ricos, mas registrou nesse período uma redução do crescimento do país. O pobre gasta 32,79% da sua renda com comida e o rico apenas 10,26%, o que mostra, segundo estudo de Marcelo Medeiros, que os pobres pagam mais tributo, proporcionalmente, do que os ricos que vivem com conforto.
     Os direitos obviamente não estão adequadamente e nem igualmente distribuídos. Os espaços estão desigualmente divididos; o poder político está concentrado na mão de grupos dominantes da elite. Muitas crianças não comem mais do que uma vez por dia; muitas sentem frio, não conseguem acompanhar e/ou freqüentar as escolas; muitas não brincam, pois trabalham e muitas nem mesmo são crianças: são menores. Os adultos também são estratificados em doutores, senhoras e senhores e os Zes. O direito à vida é desigualmente dividido, a ponto de termos vidas que valem muito e outras que nada valem. A assistência social atinge apenas alguns; outros não têm acesso ao mais mínimo direito.
     Bem essa realidade é conhecida de todos. Vemos todo dia isto na rua; vemos na TV... Enfim, é uma realidade familiar a todos nós. Mas o que tem a Psicologia com isso?
     E aí falaremos de compromisso social. A Psicologia desde sua introdução como conhecimento no Brasil e depois como profissão manteve algum tipo de compromisso com a sociedade brasileira. Qual foi ele? Se tomarmos a história da Psicologia no Brasil, vamos encontrar uma história de compromisso com as elites e seus interesses. A Psicologia foi utilizada como conhecimento e como prática para responder aos interesses de controle, de categorização, de selecionar.
  Se tomarmos os momentos iniciais da perspectiva psicológica no Brasil, quando não éramos e não falamos ainda de Psicologia, mas apenas de preocupações existentes em relação às condutas e aos sentimentos das pessoas, vamos encontrar a psicologia respondendo aos interesses das elites.
    Outros aspectos importantes devem ser introduzidos em nossa análise. A Psicologia recebeu uma certidão de nascimento (a Lei 4119) antes mesmo que a criança tivesse nascido. A relação íntima mantida por uma pequena quantidade de pessoas envolvidas com a Psicologia (não chegávamos a mil) com a elite brasileira e a credibilidade de que a Psicologia pudesse colaborar no projeto de modernização da sociedade brasileira vão levar a aprovação de uma lei que nem havia sido reivindicada, até porque não havia corporação interessada e mobilizada para essa reivindicação. O projeto de lei dos psicólogos foi apresentado pelo próprio Estado. A Psicologia prometia com sua tecnologia –os testes psicológicos- contribuir para a previsão e o controle dos comportamentos. Permitia colocar o homem certo no lugar certo; prometia facilitar a aprendizagem; adaptar as pessoas; facilitar a percepção de cada um sobre si mesmo. Eram muitos os interesses que a Psicologia podia ajudar a resolver e não fazia isso de modo espontâneo; possuía tecnologia apropriada para esta tarefa. Esse conjunto de fatores colocou a Psicologia em um lugar privilegiado na sociedade do início da segunda metade do século XX. Éramos da elite e podíamos ajudar a responder demandas desta elite de modo competente e científico, baseado em tecnologia. Podíamos ainda fortalecer as idéias modernas de eu, de individualidade, de vida privada. Nada mais moderno! A elite precisava da Psicologia, por isso a regulamentou. Mas as condições para sermos efetivamente uma profissão não estavam dadas: não tínhamos a corporação para dar forma à profissão; não tínhamos o discurso ideológico que caracteriza uma profissão; não tínhamos modelos nem lastro.
     Estavam colocadas condições para o surgimento e desenvolvimento da Psicologia; mas estavam também colocadas tarefas importantes. Era preciso construir a profissão que havia sido regulamentada; era preciso construir um projeto para esta profissão e uma corporação, identificada em torno do projeto para sustentar a profissão e seu lugar social. A categoria tinha a tarefa de se por como profissionais em uma sociedade que não conhecia esta profissão; não a reivindicou.
        Passamos os anos 70, 80 e 90 nos perguntando quem somos, que psicólogos queremos ser. Isto expressa claramente a falta de um projeto para a profissão e a necessidade de construí-lo. Talvez termos nascido sob a ditadura militar, a falta de democracia social, as lutas ocultas nos partidos, nas várias formas de arte, nas academias... Talvez tenham formado um bom terreno para escaparmos de um projeto corporativista, mesquinho, que nos mantivesse aliados às elites.
   Sem duvida, a abertura de novos cursos e todo país, colocou na Universidade as camadas médias e possibilitou uma composição de categoria profissional para além dos filhos das elites. A situação era propicia para o desenvolvimento de um projeto de compromisso social.
    E a Psicologia, que até então se colocava de costas para a realidade social, acreditando possível explicar o humano sem considerar sua realidade econômica, cultural e social, se voltou para a sociedade. O surgimento da Psicologia Comunitária e a inserção e desenvolvimento da prática dos psicólogos na saúde pública podem ser considerados aspectos importantes do projeto de compromisso que iria surgir.
  A Psicologia começa, neste século XXI, a se voltar para as políticas públicas, para um compromisso com a maioria da população e suas urgências, para a ética e seus desafios na sociedade moderna e para os Direitos Humanos. Queremos fortalecer e ampliar nossa inserção social, mas a partir deste projeto: o do compromisso social.
 Compromisso com a sociedade a Psicologia sempre manteve, mas seu compromisso tem sido com as elites e seus interesses. Nosso projeto significa um rompimento com esta tradição e a construção de um novo lugar para a Psicologia; a construção de uma nova relação da Psicologia com a sociedade. Queremos uma Psicologia a serviço dos interesses da maioria da sociedade; um psicologia acessível a todos. Este novo compromisso que queremos manter com a sociedade exige uma nova formação.
  A formação que temos, tradicionalmente mantido em nossas escolas não prepara para este projeto, para este lugar social. Apesar de reconhecer o esforço das Universidades de caminharem nesta direção, principalmente da parte dos estudantes, ainda diria que não temos uma formação voltada para este projeto. Não temos ainda disciplinas que discutam e informem sobre as políticas públicas; não criamos ainda o espaço do debate dos direitos humanos; na injetamos ainda a realidade da desigualdade social em nossas escolas.

A Psicologia que ensinamos ainda é aquela que se fundamenta em perspectivas universalizantes e naturalizantes da subjetividade. Idéias que pensavam o homem como um ser natural, dotado de capacidades e características da espécie e que, inserido em um meio adequado, poderia ter seu desenvolvimento. O desenvolvimento das capacidades do homem depende das condições externas e do esforço realizado por cada um, no sentido do aproveitamento das condições.
A Prática profissional surge então carregada de uma perspectiva corretiva e terapêutica. Não poderia ser outra, pois se já somos o que vamos ser, dada a natureza humana da qual somos dotados, a Psicologia só poderia se constituir enquanto prática profissional como um conhecimento e um conjunto técnico que detecta desvios do desenvolvimento humano (em relação ao que é concebido como natural), propondo-se como algo que reencaminha, realinha, adapta, cura.
Necessitamos rever nossos conhecimentos e práticas a partir de noções que entendam o homem como um ser constituído ao longo de sua própria vida, ao longo de sua ação sobre o mundo, na interação com os outros homens, inseridos em uma cultura que acumula e contém o desenvolvimento de gerações anteriores. Estas perspectivas fortalecem nosso vinculo com a sociedade onde inserimos nosso trabalho.
     Nossa formação tem sido muito técnica e pouco ética, no sentido de que enfatiza o que fazer e não reflete sobre a adesão a projetos sociais, não estimula o debate sobre a realidade social e suas demandas. Ensina como aplicar e não ensina por que aplicar. Ensina a responder e não ensina a perguntar.
     Quero aqui fazer a defesa de uma formação inquietante e que ensine a perguntar. A Universidade não pode se limitar a ensinar a responder. É preciso ir além e ensinar a perguntar. Perguntar sempre coisas à realidade; perguntar sempre à teoria. Não podemos, como pessoas de formação denominada superior, nos satisfazermos com o óbvio. A ciência é um processo de pensamento que vai para além da aparência, do empírico, do visível.

     Por tudo isso, defendemos uma formação em Psicologia que seja marcada pela ciência e pela pesquisa. Defendemos uma concepção de profissão que não se limita ao saber aplicar bem conhecimentos prontos (isso é uma formação técnica). Defendemos uma profissão como um exercício permanente de busca de explicações sobre a realidade. Precisamos entender que profissão não é apropriação de um saber; profissão é apropriação de um saber e de uma postura crítica que não permite a satisfação plena com o que se sabe.

      Uma formação assim deve ter cadeiras e espaços de pesquisa. Uma formação assim deve ter espaços de reflexão sobre os projetos que nossa sociedade precisa. Isso significa que nunca mais devemos nos importar tanto com a linha teórica do colega, mas sim com a transformação que ele escolheu promover.

       Uma formação assim é plural e generalista. Apresenta aos alunos o maior número de linhas teóricas e abordagens da Psicologia; ensina as mais variadas técnicas; ensina a aplicação em vários campos; privilegia ética como a busca dos valores que são bons para todos; toma os estágios como espaços de contato problematizador com a realidade e com o saber. É uma formação dotada de uma perspectiva histórica que nos coloque frente ao conhecimento de modo a entendê-lo como algo construído no decorrer do tempo, pelos homens, para respondermos a questões da sociedade; portanto um conhecimento intencionado, posicionado. O conhecimento não é ingênuo e nem neutro e isso exige que saibamos nos posicionar.

        A Universidade deve ser o lugar do aprendizado no sentido da construção de um projeto para se estar no mundo como profissionais psicólogos. Devemos ser capazes de justificar nosso fazer, não por razões das abordagens teóricas que adotamos, mas por razões políticas, ou seja, de finalidade sociais que colocamos para nosso fazer profissional na busca do bem estar coletivo, na busca de um mundo melhor, que sabemos que é possível.

        Termino então expressando minha credibilidade em um percurso na formação que carregue o aluno de um desejo por estudar psicologia para conhecer-se melhor ou para entender os mistérios do humano (como têm demonstrado as pesquisas sobre os motivos que levam os jovens à Psicologia) para um lugar de compromisso com a realidade brasileira. É preciso colocar a Psicologia a serviço da sociedade; é preciso colocar a Psicologia a serviços da construção de um mundo melhor, de condições de vida digna, de respeito aos direitos humanos e da construção de políticas públicas que possam oferecer Psicologia a quem dela tiver necessidade.
      A dimensão subjetiva da realidade está aí, em todos os espaços e em todos os coletivos. É preciso trazer a Psicologia para fazer a leitura desta dimensão e contribuir com isto para a transformação da dura realidade desigual de nosso país.
Termino relembrando e parafraseando Brecht para dizer do projeto pelo qual lutamos e pela formação que almejamos: aquelas nas quais os profissionais, no exercício da profissão, ao se depararem com a violência das águas do rio, devem considerar, não a natureza violenta das águas, mas a estreiteza das margens que a comprimem. Esse deve ser o norte de nosso compromisso com a sociedade e o eixo de nossa formação. Uma psicologia que nos permita sempre considerar a estreiteza das margens que comprimem o rio!

Via Internet, Psicólogos Atendem Brasileiros no Exterior

  
     Moradores de áreas afetadas por desastres naturais no Japão e na Itália ou vítimas da solidão, brasileiros que vivem no exterior têm encontrado conforto na terapia.

     O divã, porém, distante milhares de quilômetros, é aproximado graças à internet.
     Via e-mail, Skype e MSN, psicólogos brasileiros atendem conterrâneos residentes em outros países que precisam de apoio psicológico, onde a solidão, dificuldade de adaptação com a língua e até com o clima frio estão entre as razões. A orientação psicológica on-line é regulamentada no Brasil desde 2005.
     Pioneiro da psicologia on-line no país, o NPPI (Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática), da PUC de São Paulo, detectou o interesse pelo serviço há quatro anos –atualmente, a média é de uma procura por mês, diz a coordenadora, Rosa Maria Farah.
     Para alguns profissionais, o perfil mais comum é de mulheres, que já tendem a buscar mais cedo ajuda, e jovens familiarizados com a internet. Outros, porém, dizem que o público é variado.
     Há psicólogos que buscam grupos específicos. Após o tsunami de 2011 no Japão, Lilian Nagahiro, de Maringá (PR), decidiu atender principalmente brasileiros naquele país.
     “Eles sofrem para se adaptar a uma cultura rígida. Trabalham em vários turnos, não têm tempo de buscar ajuda.”
     A psicóloga Ivana Rocha, de Belo Horizonte, tem clientes nos Estados Unidos e Canadá. Entre os conflitos que ouviu, estava o de quem passou a se sentir inútil depois de largar sua vida no Brasil para acompanhar o cônjuge.
     Para a psicóloga Jane Bitencourt, de Santo André, que também tem pacientes no exterior, há uma grande idealização sobre a vida em outro país.
     “Mas, com o choque de realidade, muitos se frustram”, afirma.
SERVIÇO
O NPPI, da PUC, é um núcleo de psicólogos que atende apenas via e-mail, no Brasil ou no exterior. O serviço é gratuito.
O e-mail demora em média 15 dias para ser respondido. Não há um padrão de texto, e o paciente é livre para expor qual é a sua necessidade. O endereço é nppi@pucsp.br.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Dê sentido ao seu sofrimento, e ele tornar-se-á tolerável.


"O sofrimento deixa de ser sofrimento quando ganha sentido" - Viktor Frankl

É comum estarmos a sentir algo sem saber que sentido isto o tem.


  Escreva.
 Ponha seus pensamentos e sentimentos para fora, sem dar atenção a estética de sua letra, pontuação ou acentuação. Apenas desenrole este emaranhado carretel e dê significado a ele.




"Todos nós nascemos originais e morremos cópias"



- Carl Gustav Jung

terça-feira, 6 de maio de 2014

Tá estressado? (...) não vai pescar não, segue estas dicas !

     Evitar o estresse é a chave para uma vida mais saudável e prazerosa. Uma pesquisa realizada pelo Ipom– Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente, entidade destinada às pesquisas e estudos sobre o desenvolvimento da mente e de distúrbios ligados a essa área –identificou que 95 % dos moradores de cidades com mais de 2 milhões de pessoas sentem-se muito estressados. Alarmante, não? E as consequências para a saúde a médio e longo prazo podem ser preocupantes. Aprenda a relaxar com medidas simples que ajudam a lidar com o estresse diário.

Reveja sua agenda
      Crie tempo para os filhos, maridos/mulher ou namorado(a), amigos, enfim, pessoas que você gosta. Estar perto deles ajuda a reorganizar a mente. 
Dica: faça disso uma prioridade.
Durma
     Dormir ajuda em vários aspectos da vida, então: faça isso. O ideal é ter de seis a oito horas de sono saudável (sem interrupções) por noite, para garantir um dia seguinte mais relaxado.
Escreva
      Anote e escreva o que você está sentindo. Descreva suas sensações com detalhes, sem fugir ou negar. Fica mais fácil identificar e controlar suas emoções ao aceitar e assumir o sentimento.
Calma!
      Pare com a necessidade de querer ter controle sobre tudo. Você não pode controlar o trânsito ou a lotação do metrô. Mas pode controlar o quanto essas coisas negativas vão afetar o seu dia. Reduza a importância desses eventos negativos na sua vida.
Respire fundo
      Parece pouco, mas a prática da respiração lenta e profunda nos ajuda a estar despertos e a nos conectar com nós mesmos. Faça exercícios diários de pelo menos 15 minutos, inspirando e expirando lentamente.
Ar livre
       Pratique atividades como caminhar, andar de bicicleta ou correr, apenas para dar um passeio ao ar livre sem compromisso. Tudo isso conta para aprender a relaxar. Com a prática, você se tornará capaz de bloquear completamente a reação do estresse. Preparado pra começar?

Diferencie a tristeza comum da depressão

   Atualmente, a depressão afeta 340 milhões de pessoas em todo o mundo, ou seja, uma em cada cinco pessoas em algum momento da vida já apresentou ou apresentará quadro depressivo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa deve se tornar a principal doença nos próximos vinte anos. 
      Mas o que é depressão? É um distúrbio emocional, hoje reconhecido como doença. Segundo as modificações no Código Internacional de Doenças (DSM-V), é caracterizada por tristeza profunda e baixa autoestima, que pode ser desencadeada pelo estresse, assedio moral, jornada de trabalho muito extensa, problemas financeiros, falta de emprego, cobrança pessoal, frustrações, luto e também por causas biológicas. 
      Há uma alteração química no cérebro do paciente, onde os neurotransmissores não são produzidos de maneira satisfatória. Entre eles estão a serotonina, noradrenalina e dopamina, que são substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. 
     Nestes casos é necessário que o paciente procure um profissional da área de saúde mental, no caso um psicólogo ou psiquiatra, para que seja feita uma avaliação do caso. Se a pessoa for diagnosticada um quadro depressivo, deverá iniciar um processo de psicoterapia, em que irá rever sua postura diante dos problemas, e também um tratamento medicamentoso, para adequar quimicamente a produção destes neurotransmissores. 
    Após décadas de estudos a respeito da depressão, o novo Código Internacional de Doenças (DSM-V), resolveu incluir dentro do quadro da depressão o luto, que anteriormente não era aceito. Isto faz com que a depressão desencadeada pela perda de um ente querido seja aceita como doença, e também possa ser tratada adequadamente. 

Não é uma simples tristeza

   Há uma grande diferença entre tristeza e depressão. A tristeza pode ocorrer desencadeada por algum fato do cotidiano, onde a pessoa realmente sofre com aquilo até assimilar o que está acontecendo e geralmente não dura mais do que quinze a vinte dias. Já a depressão se instala e se não for tratada pode piorar e passar por três estágios: leve, moderada e grave. 
Geralmente a pessoa pode apresentar dois ou mais dos seguintes              sintomas:                            

  • Apatia
  • Falta de motivação
  • Medos que antes não existiam
  • Dificuldade de concentração
  • Perda ou aumento de apetite
  • Alto grau de pessimismo
  • Indecisão
  • Insegurança
  • Insônia
  • Falta de vontade em fazer atividades antes prazerosas
  • Sensação de vazio
  • Irritabilidade
  • Raciocínio mais lento
  • Esquecimento
  • Ansiedade
  • Angustia.

Além disso, o indivíduo pode apresentar alguns sintomas físicos que os médicos não conseguem encontrar causas aparentes, como: 

  • Dores de barriga
  • Má digestão
  • Azia
  • Constipação
  • Flatulência
  • Tensão na nuca e nos ombros
  • Dores de cabeça
  • Dores no corpo
  • Pressão no peito
  • Entre outros...

     Estes são alguns dos indícios da depressão. Mas, se houver dúvida, procure um especialista para ter um diagnostico e tratamento corretos. Não tenha medo ou vergonha de expressar o que realmente está sentindo e vivenciando, pois esses profissionais irão se basear nestes dados para poderem prescrever um tratamento e a partir daí, o paciente voltar a ter qualidade de vida, com alegria e bem estar. 
-> Aos poucos irei trazendo artigos referentes a este assunto que acomete grande parte da população mundial.

"Qualquer árvore que queira tocar os céus, precisa ter raízes tão profundas a ponto de tocar os infernos"

- Carl Gustav Jung


     "O futuro não pode agir sobre nós; nós podemos agir sobre ele".

- B. F. Skinner

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Os diagnósticos podem ser úteis para os...

     Os diagnósticos podem ser úteis para os psiquiatras ou psicólogos, mas podem tornar-se um cárcere para os pacientes.
- Eu não era mais um humano, era um esquizofrênico.
- Quando somos "rotulados" como psicóticos, raramente alguém reconhece que temos um mundo complexo com necessidades intrincadas. Criamos monstros em nossas crises e temos de conviver sozinhos com eles.
Raramento alguém quer reparti-los conosco...

- Augusto Cury: O Futuro da Humanidade: a saga de Marco Polo.
Uma dose de solidão estimula a reflexão, mas a solidão radical estimula a depressão.